quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


Guerra do ultramar:

A Guerra Colonial Portuguesa foi designada por Guerra do Ultramar, designação atribuída oficialmente em Portugal até ao 25 Abril, ou ainda chamada a Guerra de Libertação, que foi uma designação bastante utilizada pelos independentistas Africanos.
Esta foi uma guerra que teve como duração de cerca de 13 anos. No desenrolar do teatro sanguíneo sobre esta guerra, muita gente perdeu a vida e milhares acabaram por ficar feridos.
É importante destacar que ainda hoje esta guerra deixa marcas por todo o mundo, mas essencialmente nos países africanos, que ainda se perde vidas derivado aos pequenos restos deixados para trás.
A Guerra Colonial:

A Guerra Colonial teve início em África e desenrolou-se nas colónias de Moçambique, Guiné e Angola, no período de, entre 1961 e 1974. Estiveram em confronto as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação de cada uma das colónias onde decorria os confrontos.
Os primeiros confrontos ocorreram em Angola, na zona a que se viria a chamar Zona Sublevada do Norte, traduziram-se, a partir de 15 de Março de 1961, em bárbaros massacres de populações brancas e trabalhadores negros oriundos de outras regiões de Angola.
Nos três cenários das operações em Angola, Moçambique e Guiné o número de efectivos das forças portuguesas foi aumentando constantemente em relação ao aumento das frentes de combate, atingindo-se, no início da década de 70, o limite crítico da capacidade de mobilização de recursos. Pela parte portuguesa, a guerra era sustentada pelo princípio político da defesa do que era considerado o território nacional, baseado no conceito de nação pluricontinental e multirracial. Pela parte dos Movimentos de Libertação, a guerra justificava-se pelo inalienável princípio de autodeterminação e independência, num quadro internacional de apoio ao incentivo à sua luta.

O Estado Novo, primeiro com Salazar e depois com Marcelo Caetano, manteve com grande rigidez o essencial da política colonial, fechando todas as portas a uma solução credível para o problema de qualquer um dos territórios. O 25 de Abril de 1974, trouxe alterações à natureza do regime político português, os novos dirigentes de Portugal, aceitavam naturalmente os princípios da autodeterminação e independência, pelo que as fases de transição foram negociadas com os movimentos de libertação, traduzindo-se rapidamente no fim das acções militares envolvendo forças portuguesas.

Após a Segunda Guerra Mundial

Após a Segunda Guerra Mundial, adensam-se, mais uma vez, as nuvens de ameaça sobre o Império Colonial Português. Embora com lentidão, o regime trata de reestruturar o aparelho militar. Macau está sob constante ameaça da Revolução Chinesa, e na Índia é tudo uma questão de tempo. Quando a guerra começa em Angola (4-2-1961), há militares que se levantam. Convencidos da impossibilidade de uma solução militar, chegam mesmo a fazer uma tentativa de golpe de Estado (General Júlio Botelho Moniz, 13 de Abril), mas o regime endurece as suas posições, mantém-se surdo e mudo. Apesar disso, as Forças Armadas, dispondo de efectivos reduzidos e meios obsoletos, não tinham capacidade de resposta. Inicialmente, o regime tenta minimizar os acontecimentos e fala de “acções de polícia” para manter a ordem. Mas enquanto a guerra de Angola ganhava terreno, desenvolvida a norte pelo U.P.A. (depois F.N.L.A.), de Holden Roberto, e a leste pelo M.P.L.A. de Agostinho Neto (a U.N.I.T.A., de Savimbi, só aparece em 1966) o P.A.I.G.C. inicia a luta armada na Guiné, em meados de 1962, e a F.R.E.L.I.M.O., em Moçambique, no segundo semestre de 1964. No final de 1960, o dispositivo militar em Angola limitava-se a três regimentos (Luanda, Nova Lisboa/Huambo e Sá da Bandeira/Lubango), dois batalhões de Caçadores (Cabinda e Carmona/Uíge), um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6 500 militares, dos quais 1 500 eram metropolitanos. Um ano depois 33 mil, valor que foi subindo sempre até 1965, ano em que se cifra em 57 mil. No ano seguinte, baixou e, com algumas, oscilações (55 mil, em 1970, foi o mínimo), ultrapassou os 60 mil, em 1971, atingindo o valor mais alto (65 mil) em 1973. O efectivo, em Moçambique, começou a ser reforçado logo em 1961 (11 mil homens), aumentando até 1973, ano em que se cifra em 51 mil. Na Guiné, de cerca de 5 mil homens, passando para 9 mil, em 1963, número que cresce sempre, até atingir 32 mil, dez anos depois. Feitas as contas, os efectivos militares nas três frentes de guerra, em 31 de Dezembro de 1973, totalizavam cerca de 149 mil homens. A campanha Africana começara em 1961 – quase 13 anos que mudaram Portugal.


Número de Mortos:

Durante os 13 anos de Guerra, e segundo elementos incluídos na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de combate. O subtotal mais elevado refere-se a Angola (3 258), embora a exiguidade do território leve a ter de se referir a Guiné, com 2 070. A grande maioria dos que morreram caiu em combate, e aqui o número mais elevado registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guiné (1 240).

Número de Feridos:

O número é difícil de calcular. A Associação de Deficientes das Forças Armadas presta serviços a 13 mil sócios, todos, portanto, portadores de “ deficiência permanente e adquirida durante o serviço militar”. Mais cerca de 3 mil processos aguardam solução. Estimativas apontam para um total de 30 mil deficientes. Não custa aceitar que o número de feridos, com maior ou menor gravidade, é bastante mais elevado, até porque, em muitos caso, os ferimentos não deixaram marcas. Muitíssimo mais alto é o número de afectados, sobretudo a nível psíquico. Médicos têm estudado o fenómeno, calculam em cerca de 140 mil os antigos militares “stress de guerra”, uma doença mais grave do que se supõe.

Mas há outra ferida que as próprias autoridades procuram esconder o mais possível: os desaparecidos em combate.

Armas utilizadas pelos Portugueses

O armamento e equipamento do Exército português no início da década de 60 decorria de três períodos distintos:

- Material adquirido no final da década de 30, perante a situação criada pela Guerra Civil espanhola e pelo início da Segunda Guerra Mundial e essencialmente de origem alemã (espingardas Mauser, metralhadoras ligeiras Dreyse e Borsig, obuses de 10,5 cm) e italiana (metralhadoras Breda, obuses de 7,5 cm). Os calibres eram os dos países de Eixo, nomeadamente o 7,92 mm (ou 7,9) das armas ligeiras;
- Material recebido durante a II Guerra Mundial, sobretudo de contrapartidas da utilização dos Açores. Era principalmente pesado (obuses de 8,8 cm e 14 cm, peças de 11,4 cm, peças AA de 4 e 9,4 cm). Os calibres eram essencialmente ingleses;
- Material recebido após a entrada na NATO e destinado essencialmente à 3ªDivisão (canhões sem recuo de 57 mm, 75 mm e 106 mm, metralhadoras de 12,7 mm, morteiros de 60 mm, 81 mm e 107 mm, viaturas blindadas e carros de combate).

Emprego Morteiro:
O emprego eficaz dos morteiros (assim como o da artilharia) pressupõe bom suporte cartográfico e a observação do tiro. Durante todo o tempo da guerra, nenhum destes desideratos foi plenamente atingido, pelo que o apoio próximo das tropas não foi eficientemente conseguido. Assim, os morteiros de maiores calibres (81 mm e, mais tarde, 120 mm) foram essencialmente empregues em flagelações e reacções aos ataques a aquartelamentos. Pelo contrário, os morteiros de 60 mm seriam largamente utilizados, sobretudo no apoio imediato das tropas, colmatando assim a falta já assinalada de um lança-granadas eficaz. Os morteiros eram transportados pelos grupos de combate, sem tripé nem prato-base, baseando-se a pontaria na experiência do apontador.


  Principais Figuras do Ultramar:

- Salazar
- Marcelo Caetano
- António Spínola
- Amílcar Cabral
- Costa Gomes
- Agostinho Neto


Trabalho realizado por:

Vasco Esteves Poças nº31 12ºI

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