quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Guerra Fria

Introdução:
  Quando se dá o fim da segunda grande guerra , as duas grandes potências a nível mundial (E.U.A e U.R.S.S.) confrontam-se, fazendo assim desbotar um clima de elevada tensão. Ambas as potências tinham ideias contrárias para a reconstrução do equilíbrio mundial, daí essa enorme rivalidade, sendo que foi esse conflito de interesses que ficou denominado de Guerra Fria, os E.U.A recorrem assim a uma politica Capitalista e a U.R.S.S envereda por uma politica Socialista, tornando assim o mundo num lugar bipolar dividindo-se em duas áreas de influência.

Antecedentes:
 Com essa dita bipolarização, foi necessária a organização de conferências, tendo em vista a criação de medidas para estabelecer novamente a paz(Conferência de Ialta e a Conferência de Potsdam.
 Na conferência de Ialta, ficou estabelecido entre as várias potências que iriam cooperar entre si de modo a não provocar novos conflitos, foram indicadas as fronteiras da Polónia, e ainda foi feita a divisão da Alemanha em quatro partes que fora assim partilhada pelos países vencedores, e ainda encarregue de pagar grandes indemnizações pelos danos causados.
 Na conferência de Potsdam, foram tratadas novamente algumas medidas que já haviam sido tratadas em Ialta,dá-se a desnazificação da Áustria, tendo sido ainda criado o tribunal de Nuremberga com o propósito de julgar os crimes nazis. Foi criada a ONU(Organização das Nações Unidas), que tinha como objectivo manter a paz mundial e corrigir os erros feitos pela sociedade das nações.
 Em 1948 a declaração universal dos direitos do Homem é aprovada, tendo por base seis órgãos para o seu bom desempenho(Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Secretariado geral,Conselho Económico e Social, Tribunal da Justiça e Conselho da Tutela).

Desenrolar da Guerra Fria:
 Com a derrota da Alemanha a população ocidental receava a expansão do comunismo pelo mundo. Foi então que a Rússia ganhava terreno e mais cada vez mais se destacava, tornando-se numa super potência, e tendo certo prestigio perante os países que foram desnazificados pelo Exército Vermelho.
 Em 1946, Churchill acusa a Rússia de criar uma "cortina de ferro", isto porque, os países de Leste adoptaram o comunismo e este ganhava força, dividindo o mundo em dois blocos.
 O bloco Ocidental, orientado pelos EUA, que pretendem acabar com a difusão do comunismo pelo mundo. Era um bloco defensor da liberdade, da livre iniciativa. Cria o plano Marshall como sistema de ajuda financeira à Europa devastada, dá-se a criação de novos órgãos para que fosse possível o novo sistema assente no dolar. E acaba por surgir assim a sociedade de consumo.
 O bloco Comunista, é orientado pela U.R.S.S e Estaline pretendia a difusão do comunismo pelo mundo. Este bloco expande-se para a Europa de Leste, a economia era nacionalizada e planificada,não haviam classes e quase toda a população vivia mal. Em 1947 cria-se o Kominform, em 1949 o Comecon e em 1955 cria-se o Pacto de Varsóvia como resposta à nato.
 Durante a Guerra Fria, as duas potências enfrentam-se várias vezes, o que fazia com que uma Terceira Guerra Mundial pudesse eclodir a qualquer momento.
Ambas aumentar a sua área de influência, procurando superar a outra. Em 1948 Estaline cria o bloqueio de Berlim, isto é, impede o acesso à cidade que estava dividida em quatro partes.Um ano depois de o Bloqueio de Berlim, dá-se Guerra da Coreia (Coreia do Norte comunista, invade a Coreia do Sul).
 Em 1961 erque-se o muro de Berlim, acentuando assim a divisão do mundo. Um ano após, eclode a crise dos misseis em Cuba, pois esta estava do lado comunista e permitiu misseis no seu território que estavam destinados para os E.U.A..
 Ambas as potências procuravam novo e melhor armamento como precaução para uma guerra iminente. Os E.U.A sentiam-se em superioridade uma vez que eram os únicos que sabiam como produzir a bomba atómica porém, em 1949, os russos conseguem também descobrir esse segredo. Acabando assim por serem produzidas novas armas como as bombas de hidrogénio. Pois as duas potências sabiam que a sua tecnologia iria levar a sua superioridade logo, iniciaram a corrida espacial que acabou com a chegada de Armstrong à Lua em 1968.
 A Guerra Fria, dá-se como acabada quando aparecem novas potências mundiais(Japão, China e Europa), que acabam com o clima de tensão entre os E.U.A e a U.R.S.S.. Em 1985 dá-se a queda do muro de Berlim o que faz com que esta finalmente termine.




Bibliografia:
www.wikipedia.com
Apontamentos da aula

 Trabalho realizado por:
    Marcos Sousa 12ºI Nº23










                                                                                                                           




Portugal: do autoritarismo à democracia

Introdução
Durante a II Guerra Mundial, Portugal assumiu uma posição neutra. Em 1943, antes de terminar o conflito, a oposição ao regime salazarista uniu-se e criou o MUNAF, isto é, o Movimento de Unidade Nacional Antifascista. Após a guerra ter terminado, a esperança de que se desse uma democratização no Estado aumentou culminando em manifestações dia 05 de Outubro, no Porto e em Lisboa. Apesar disso, o regime não se alterou e o país ficou politicamente desfasado do resto da Europa, onde os regimes fascistas desapareciam.

Economia e demografia
Quando a II Guerra Mundial terminou, Portugal era um país caracterizado pela sua ruralidade e pela base economicamente sustentada na agricultura. O sector primário (agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, etc.) ocupava mais do que 40% da população activa, no entanto, as técnicas atrasadas e rudimentares faziam com que a produtividade fosse extremamente baixa, não conseguindo atingir nem metade dos índices de produção média europeia.  
Para começar existiam grandes assimetrias Norte-Sul: no Norte, o terreno acidentado fazia com que predominassem os minifúndios que não podia ser mecanizados devido às suas pequenas dimensões; a Sul, as planícies permitiam a existência de latifúndios que apesar de serem extensões de terra enormes, não eram aproveitadas. Além disto, não existiam investimentos no sector e foram desenvolvidos diversos projectos a este nível. Pretendia-se assegurar rendimentos confortáveis aos proprietários. O II Plano de Fomento, instaurado em 1959, pretendia conceder incentivos ao emparcelamento das terras, à diversificação da produção agrícola e ainda aos investimentos. Porém, as medidas tomadas foram contestadas pelos latifundiários do Sul que eram uma base de apoio do governo muitíssimo importante. Devido à introdução da máquina nos campos, as pessoas começaram a abandoná-los e a dirigirem-se para o litoral ou para o estrangeiro procurando melhores condições de vida. A miséria e o atraso do nosso país, faziam com que fosse vivida uma situação de crise que levava as pessoas a emigrarem. Dirigiam-se para países como os Estados Unidos, a Venezuela, o Canadá, o Brasil, a África do Sul e para países europeus como a França que precisavam de mão-de-obra na sua reconstrução. Muitos jovens fugiam também para escaparem ao serviço militar obrigatório no conflito colonial. Os emigrantes eram homens com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos que se encontravam válidos para o trabalho. A maior parte deste fenómeno era feito clandestinamente e foi particularmente acentuado na década de 60. As remessas enviadas pelos emigrantes, permitiam aos seus filhos adquirir um novo estilo de vida e estes iniciavam uma vida académica que lhes permitia enveredar pelo sector terciário. Apesar deste factor ter beneficiado as finanças portuguesas, a verdade é que, o regime do Estado Novo acabava por ficar mal visto no contexto internacional.


O país enveredou então pela industrialização, uma vez que a autarcia não surtiu qualquer efeito. Portugal dependia do estrangeiro o que fez com que, durante a guerra, fosse necessário implementar medidas que permitissem a produção industrial com a finalidade de sobreviver à falta de abastecimento por parte dos países que enveredaram por economias bélicas. Em 1945, foi estabelecida a Lei do Fomento e Reorganização Industrial que pretendia acabar com as importações. Em Abril de 1948, Portugal integrou o grupo de países que beneficiaram da ajuda do Plano Marshall, reforçando a necessidade de medidas que permitissem planear a economia portuguesa. Surgiram então os Planos de Fomento, sendo as bases da política de desenvolvimento do Estado Novo. O I Plano teve como principal objectivo a criação de infraestruturas. O II Plano pretendia melhorar a indústria pesada fazendo com que a agricultura dependesse dela também. Em 1960, Portugal aderiu à EFTA, ou seja, à Associação Europeia do Comércio Livre. Aderiu também ao BIRD (Banco Mundial) e ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e, dois anos mais tarde, em 1962, assinou o protocolo com o GATT. É com estas adesões que o Estado Novo viu o fim da sua política de autarcia: a concorrência externa aumentou e foi necessário rever as medidas industrializadoras. Em 1968, Marcello Caetano foi nomeado para ocupar o cargo de Presidente do Conselho e pôs em prática o III Plano de Fomento. Iniciou um novo ciclo em que se valorizaram as exportações e os investimentos estrangeiros, apelando-se ao dinamismo empresarial. Com estas medidas, o crescimento económico atingiu o seu auge.


Com todas estas mudanças, as estruturas da sociedade acabaram também por mudar. A industrialização que se deu, sobretudo, no litoral, conduziu ao êxodo rural e ao crescimento da população portuguesa. Ao longo de todo o litoral-oeste, surgiu uma explosão urbana acentuadíssima. Como as cidades não possuíam estruturas suficientes para albergar 3/4 da população portuguesa, os subúrbios cresceram em seu redor. Não existiam redes sanitárias, habitações e redes de transporte que conseguissem satisfazer as necessidades de toda a população urbana, como tal, começaram a aparecer bairros com más condições, onde actividades como a prostituição vigoravam e a criminalidade aumentava a olhos vistos. O sector dos serviços, porém, conseguiu aumentar, fazendo com que as pessoas conseguissem ter acesso ao ensino mais facilmente. Os meios de comunicação evoluíram e a mentalidade portuguesa foi também mudando, tornando-se menos conservadora e atingindo até alguns padrões europeus.



Num mundo em que as colónias deixavam de existir, Portugal conservava as suas denominando-as de Províncias Ultramarinas. Assim, adquiriam-se matérias-primas a preços baixos e explorava-se a mão-de-obra negra que era mais barata. Salazar implementou uma política de apoio à fixação de colonos portugueses nos territórios africanos, tentando aumentar a presença nacional nas colónias. Quando a Guerra Colonial estalou, foram feitos grandes investimentos em Angola, Moçambique e na Guiné. Criaram-se novas infraestruturas, meios de transporte e de comunicação e investiu-se no sector da energia. Estas actividades eram lideradas por grupos restritos de pessoas, como famílias importantes ou grandes grupos económicos. Pretendiam, deste modo, reforçar a colonização e promover a exploração das riquezas do subsolo. Salazar pretendia mostrar ao exterior que os portugueses se encontravam integrados na colónias e que estas faziam parte de Portugal e não eram apenas uma fonte de riqueza. Assim, em 1961, foi formado o EEP, ou seja, Espaço Económico Português. 





A Radicalização das posições e o sobressalto político de 1958

Após a queda dos regimes fascistas na Europa, Salazar percebeu que, para Portugal ficar integrado internacionalmente, o regime devia parecer democratizar-se ou acabaria também por cair. Anunciou que seriam feitas eleições livres ("Tão livres como em Inglaterra!", afirmara), que a Assembleia Nacional seria dissolvida e que a Constituição seria submetida a uma revisão. Neste clima de esperança, nasceu o MUD (Movimento de Unidade Democrática) no dia 08 de Outubro de 1945. Este unia as forças da oposição e deu início à oposição democrática, isto é, à oposição legal ao Estado Novo, que conquistou assinaturas por todo o país. Exigiram que as eleições fossem adiadas para que se pudessem constituir novos partidos, que os cadernos eleitorais fossem reformulados e abrangessem um maior número de população e não apenas 15% e que, lhes fosse permitida a liberdade de expressão necessária para a sua campanha eleitoral. As eleições foram consideradas uma farsa pois não foi concedida nenhuma destas exigências. Tal situação, levou a que o MUD desistisse à boca das urnas. A polícia política acabou por utilizar as listas de assinaturas para perseguir os membros e apoiantes do MUD. 

O comunismo e a sua ideologia que defendia o fim da propriedade privada e da sociedade de classes, assustava não só toda a Europa capitalista, mas também o regime do Estado Novo. Como tal, em 1949, Portugal tornou-se num dos países fundadores da NATO, organização político-militar que previa a defesa dos países signatários. 
Nesse mesmo ano, Norton de Matos candidatou-se a Presidente da República, sendo imediatamente apoiado por grande parte do país. No entanto, a repressão que sofreu levou a que também ele desistisse antes mesmo das eleições. A oposição pareceu desistir e, Salazar considerou o assunto resolvido. 
Em 1958, Humberto Delgado candidatou-se também à presidência. Através da sua personalidade carismática conseguiu conquistar o apoio das multidões que se amontoavam para o ouvir discursar. Ficou conhecido como "General Sem Medo" após afirmar que não iria desistir das eleições e por proferir quando lhe perguntaram qual seria o destino dado a Salazar: 
"Obviamente, demito-o!"
Américo Tomás, candidato do regime acabou por vencer as eleições, acabando por abalar a credibilidade do Estado Novo. Salazar anulou, então, o sistema de sufrágio directo e o Presidente passou a ser eleito por um conjunto restrito de eleitores.

Também o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, acabou por escrever uma carta a Salazar tentando fazê-lo ver a miséria em que o povo vivia e como a falta de liberdade afectava a vida portuguesa. Acabou por ser condenado ao exílio durante dez anos, mas alertou a comunidade católica para as atitudes do Estado Novo. De 1958 a 1960, a repressão conheceu um período de extrema importância e foram feitas mais de 1200 detenções a presos políticos.

Em 1961, Humberto Delgado que se encontrava exilado no Brasil, juntamente com Henrique Galvão, levaram a cabo o assalto ao navio Santa Maria. O governo português lançou um alerta para que tentassem capturar os autores do "acto de pirataria". No entanto, as potências acabaram por reconhecer o acontecimento como uma manifestação de descontentamento político e, quando os americanos conseguiram interceptar o navio, permitiram aos rebeldes refugiarem-se no exílio brasileiro.



A questão colonial

Nas conferências realizadas no final da Segunda Guerra Mundial (Conferências de Ialta e Potsdam), foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU). Esta defendia o direito à autodeterminação dos povos e desencadeou uma enorme vaga de descolonizações. 
O regime português não pretendia perder as suas colónias e, como tal, revogou o Acto Colonial e passou a denominar os territórios de "Províncias Ultramarinas". Afirmavam que, a única diferença entre esses territórios e os de Portugal Continental era o facto de estes se encontrarem dispersos. 
O governo começou a sofrer pressão por parte da ONU e iniciou uma campanha de propaganda com vista a contrariar a informação que circulava. Investiu nas colónias e procurou apoio nas populações locais. Embora se tenham feito esforços para evitar o conflito armado, este teve início em Angola no ano de 1961.

A Primavera Marcellista

Em 1968, Salazar viu-se obrigado a ser afastado do governo depois de ser operado a um hematoma cerebral. Acabou por ser escolhido para o lugar um dos homens que apesar de fazer parte das fileiras do Estado Novo, nem sempre estivera de acordo com a política salazarista, Marcello Caetano. Era defensor da modernização e da liberalização da economia e, portanto, defendeu a "evolução na continuidade". Isto criou grandes expectativas naqueles que queriam que os traços do regime salazarista se dissipassem. Marcello permitiu o regresso de alguns exilados políticos como Mário Soares e o Bispo do Porto, realizou o II Congresso de Oposição Democrática, mudou o nome das instituições ( a PIDE passou a DGS e a União Nacional a Acção Nacional Popular). 
Em 1969, foram feitas eleições legislativas nas quais foi admitido o sufrágio feminino a todas as mulheres que fossem escolarizadas. Além disto, a oposição teve liberdade para poder fazer mais campanha e foi-lhes também consentida a consulta dos cadernos eleitorais e a fiscalização. Mais uma vez, as expectativas criadas foram falsas: o regime voltou a ganhar as eleições e Marcello Caetano foi criticado pelos liberais que o consideravam fraco em demasia para implantar as mudanças necessárias. A instabilidade política instalou-se e foram feitas manifestações estudantis, greves e até atentados bombistas. Isto fez com que Marcello Caetano adopta-se a sua política inicial e envereda-se pela ideologia de direita. A polícia política volta a actuar e Mário Soares é um dos muitos opositores que é enviado novamente para o exílio. Em 1972, Américo Tomás volta a ocupar o cargo de presidente da República. Os movimentos de extrema-esquerda passaram a surgir em Portugal e a oposição estava cada vez mais descontente e activa. 
Quanto à Guerra Colonial, Marcello Caetano, tomou a mesma posição que Salazar, afirmando que era necessário defender os interesses da população branca que residia nas províncias ultramarinas há muito tempo. Angola e Moçambique ganharam novas instituições políticas, mas continuaram a depender de Lisboa, sendo elevadas à categoria de "províncias honoríficas". Portugal começou a ficar isolado do contexto europeu, situação que se tornou óbvio quando o Papa Paulo VI recebeu os líderes dos Movimentos de Independência das Colónias portuguesas. Os deputados liberais abandonam a Assembleia como forma de protesto. Dentro das Forças Armadas, o descontentamento cresce também e, em Fevereiro de 1974, o General Spínola publicou a obra "Portugal e o Futuro". Nela, declarou que não existia nenhuma solução militar em África e que a guerra deveria terminar. 
Neste clima, acabou por se dar uns meses mais tarde o golpe de 25 de Abril. Este foi uma revolução pacífica e "sem sangue", ficando conhecida como Revolução dos Cravos. Findou assim o Estado Novo, dando início à democracia liberal. 


Trabalho  realizado por : 
Ana Catarina Borges nº1

Guerra do ultramar:

A Guerra Colonial Portuguesa foi designada por Guerra do Ultramar, designação atribuída oficialmente em Portugal até ao 25 Abril, ou ainda chamada a Guerra de Libertação, que foi uma designação bastante utilizada pelos independentistas Africanos.
Esta foi uma guerra que teve como duração de cerca de 13 anos. No desenrolar do teatro sanguíneo sobre esta guerra, muita gente perdeu a vida e milhares acabaram por ficar feridos.
É importante destacar que ainda hoje esta guerra deixa marcas por todo o mundo, mas essencialmente nos países africanos, que ainda se perde vidas derivado aos pequenos restos deixados para trás.
A Guerra Colonial:

A Guerra Colonial teve início em África e desenrolou-se nas colónias de Moçambique, Guiné e Angola, no período de, entre 1961 e 1974. Estiveram em confronto as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação de cada uma das colónias onde decorria os confrontos.
Os primeiros confrontos ocorreram em Angola, na zona a que se viria a chamar Zona Sublevada do Norte, traduziram-se, a partir de 15 de Março de 1961, em bárbaros massacres de populações brancas e trabalhadores negros oriundos de outras regiões de Angola.
Nos três cenários das operações em Angola, Moçambique e Guiné o número de efectivos das forças portuguesas foi aumentando constantemente em relação ao aumento das frentes de combate, atingindo-se, no início da década de 70, o limite crítico da capacidade de mobilização de recursos. Pela parte portuguesa, a guerra era sustentada pelo princípio político da defesa do que era considerado o território nacional, baseado no conceito de nação pluricontinental e multirracial. Pela parte dos Movimentos de Libertação, a guerra justificava-se pelo inalienável princípio de autodeterminação e independência, num quadro internacional de apoio ao incentivo à sua luta.

O Estado Novo, primeiro com Salazar e depois com Marcelo Caetano, manteve com grande rigidez o essencial da política colonial, fechando todas as portas a uma solução credível para o problema de qualquer um dos territórios. O 25 de Abril de 1974, trouxe alterações à natureza do regime político português, os novos dirigentes de Portugal, aceitavam naturalmente os princípios da autodeterminação e independência, pelo que as fases de transição foram negociadas com os movimentos de libertação, traduzindo-se rapidamente no fim das acções militares envolvendo forças portuguesas.

Após a Segunda Guerra Mundial

Após a Segunda Guerra Mundial, adensam-se, mais uma vez, as nuvens de ameaça sobre o Império Colonial Português. Embora com lentidão, o regime trata de reestruturar o aparelho militar. Macau está sob constante ameaça da Revolução Chinesa, e na Índia é tudo uma questão de tempo. Quando a guerra começa em Angola (4-2-1961), há militares que se levantam. Convencidos da impossibilidade de uma solução militar, chegam mesmo a fazer uma tentativa de golpe de Estado (General Júlio Botelho Moniz, 13 de Abril), mas o regime endurece as suas posições, mantém-se surdo e mudo. Apesar disso, as Forças Armadas, dispondo de efectivos reduzidos e meios obsoletos, não tinham capacidade de resposta. Inicialmente, o regime tenta minimizar os acontecimentos e fala de “acções de polícia” para manter a ordem. Mas enquanto a guerra de Angola ganhava terreno, desenvolvida a norte pelo U.P.A. (depois F.N.L.A.), de Holden Roberto, e a leste pelo M.P.L.A. de Agostinho Neto (a U.N.I.T.A., de Savimbi, só aparece em 1966) o P.A.I.G.C. inicia a luta armada na Guiné, em meados de 1962, e a F.R.E.L.I.M.O., em Moçambique, no segundo semestre de 1964. No final de 1960, o dispositivo militar em Angola limitava-se a três regimentos (Luanda, Nova Lisboa/Huambo e Sá da Bandeira/Lubango), dois batalhões de Caçadores (Cabinda e Carmona/Uíge), um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6 500 militares, dos quais 1 500 eram metropolitanos. Um ano depois 33 mil, valor que foi subindo sempre até 1965, ano em que se cifra em 57 mil. No ano seguinte, baixou e, com algumas, oscilações (55 mil, em 1970, foi o mínimo), ultrapassou os 60 mil, em 1971, atingindo o valor mais alto (65 mil) em 1973. O efectivo, em Moçambique, começou a ser reforçado logo em 1961 (11 mil homens), aumentando até 1973, ano em que se cifra em 51 mil. Na Guiné, de cerca de 5 mil homens, passando para 9 mil, em 1963, número que cresce sempre, até atingir 32 mil, dez anos depois. Feitas as contas, os efectivos militares nas três frentes de guerra, em 31 de Dezembro de 1973, totalizavam cerca de 149 mil homens. A campanha Africana começara em 1961 – quase 13 anos que mudaram Portugal.


Número de Mortos:

Durante os 13 anos de Guerra, e segundo elementos incluídos na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de combate. O subtotal mais elevado refere-se a Angola (3 258), embora a exiguidade do território leve a ter de se referir a Guiné, com 2 070. A grande maioria dos que morreram caiu em combate, e aqui o número mais elevado registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guiné (1 240).

Número de Feridos:

O número é difícil de calcular. A Associação de Deficientes das Forças Armadas presta serviços a 13 mil sócios, todos, portanto, portadores de “ deficiência permanente e adquirida durante o serviço militar”. Mais cerca de 3 mil processos aguardam solução. Estimativas apontam para um total de 30 mil deficientes. Não custa aceitar que o número de feridos, com maior ou menor gravidade, é bastante mais elevado, até porque, em muitos caso, os ferimentos não deixaram marcas. Muitíssimo mais alto é o número de afectados, sobretudo a nível psíquico. Médicos têm estudado o fenómeno, calculam em cerca de 140 mil os antigos militares “stress de guerra”, uma doença mais grave do que se supõe.

Mas há outra ferida que as próprias autoridades procuram esconder o mais possível: os desaparecidos em combate.

Armas utilizadas pelos Portugueses

O armamento e equipamento do Exército português no início da década de 60 decorria de três períodos distintos:

- Material adquirido no final da década de 30, perante a situação criada pela Guerra Civil espanhola e pelo início da Segunda Guerra Mundial e essencialmente de origem alemã (espingardas Mauser, metralhadoras ligeiras Dreyse e Borsig, obuses de 10,5 cm) e italiana (metralhadoras Breda, obuses de 7,5 cm). Os calibres eram os dos países de Eixo, nomeadamente o 7,92 mm (ou 7,9) das armas ligeiras;
- Material recebido durante a II Guerra Mundial, sobretudo de contrapartidas da utilização dos Açores. Era principalmente pesado (obuses de 8,8 cm e 14 cm, peças de 11,4 cm, peças AA de 4 e 9,4 cm). Os calibres eram essencialmente ingleses;
- Material recebido após a entrada na NATO e destinado essencialmente à 3ªDivisão (canhões sem recuo de 57 mm, 75 mm e 106 mm, metralhadoras de 12,7 mm, morteiros de 60 mm, 81 mm e 107 mm, viaturas blindadas e carros de combate).

Emprego Morteiro:
O emprego eficaz dos morteiros (assim como o da artilharia) pressupõe bom suporte cartográfico e a observação do tiro. Durante todo o tempo da guerra, nenhum destes desideratos foi plenamente atingido, pelo que o apoio próximo das tropas não foi eficientemente conseguido. Assim, os morteiros de maiores calibres (81 mm e, mais tarde, 120 mm) foram essencialmente empregues em flagelações e reacções aos ataques a aquartelamentos. Pelo contrário, os morteiros de 60 mm seriam largamente utilizados, sobretudo no apoio imediato das tropas, colmatando assim a falta já assinalada de um lança-granadas eficaz. Os morteiros eram transportados pelos grupos de combate, sem tripé nem prato-base, baseando-se a pontaria na experiência do apontador.


  Principais Figuras do Ultramar:

- Salazar
- Marcelo Caetano
- António Spínola
- Amílcar Cabral
- Costa Gomes
- Agostinho Neto


Trabalho realizado por:

Vasco Esteves Poças nº31 12ºI

Guerra Fria

O despontar do antagonismo.

Harry Turman
Após o final da Segunda Guerra Mundial, os países do Leste, gratos ao exército vermelho pelo mesmo os ter libertado do domínio nazi, enveredaram por uma doutrina semelhante da URSS. Assim, com a ajuda do regime comunista russo, os partidos comunistas nos referidos países ganhavam cada vez mais terreno. No ano de 1947 tal domínio acentuou-se com a criação do Kominform, um organismo através do qual a URSS exercia controlo sobre os países da Europa Oriental. Os países da Europa Ocidental demonstravam-se adversos a estes avanços comunistas, possuindo receios relativamente ao modelo capitalista que possuíam e defendiam fervorosamente. O comunismo era visto como algo a conter. A "cortina de ferro” que Churchill afirmou existir num dos seus discursos no ano de 1946, demonstrava-se uma realidade cada vez mais presente. No ano de 1947, os EUA acabaram por assumir a liderança da oposição aos avanços comunistas, a partir do famoso discurso de Truman, Presidente no momento, onde este expõe a sua doutrina. Truman dividia o mundo em dois sistemas. Primeiramente existia o modo de vida da Europa Ocidental e dos EUA, que tinha por base o capitalismo e a liberdade: “Um dos modos de vida baseia-se na vontade da maioria e distingue-se pelas suas instituições livres, por um governo representativo, por eleições livres, pelas garantias de liberdade individual, de liberdade de expressão e de religião e pela ausência de opressão politica.” Por outro lado, existia o modo de vida baseado na opressão que a URSS e os restantes países do Leste defendiam: “O segundo modo de vida baseia-se na vontade da minoria imposta pela força à maioria. Assenta no terror e na opressão, numa imprensa e numa rádio controladas, em eleições viciadas e na supressão de liberdades individuais.”. Ainda segundo Truman, a nação americana deveria ajudar a Europa na contenção do comunismo e a reerguer-se na vertente económica: “ (…) A política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que se encontram a desenvolver acções de resistência contra as tentativas de subjugação lançadas por minorias armadas e apoiadas por pressões externas. (…) A nossa ajuda deverá ser essencialmente de natura económica e financeira, essencial à estabilidade económica e a uma vida política serena.”. Com o pretexto de ajudar ao crescimento económico europeu, visto que o continente se encontra devastado no contexto do pós-guerra, surge o Plano Marshall. Criado no ano de 1947, é um plano de ajuda económica à Europa. Contudo, os EUA tinham outros dois objectivos com o mesmo. Em primeiro lugar, visto que os países se encontravam a ultrapassar penosas dificuldades, o descontentamento populacional poderia aumentar ao ponto de as pessoas desejarem enveredar por um regime comunista, o que não era em nada benéfico para os EUA, grandes capitalistas. Por outro lado, acabavam por travar também importantes relações com variados países. O Plano acabou por só chegar à Europa Ocidental, apesar de oferecido de igual modo aos países do Leste. Contudo, estes acabaram influenciados pelas ideias soviéticas acerca do mesmo, que o consideravam apenas uma “manobra imperialista”, isto é, afirmavam que os EUA apenas prestavam auxílio para garantirem que controlavam as nações. 

Jdanov
No ano de 1947, Jdanov, importante dirigente soviético, respondeu ao discurso de Truman, formalizando de igual modo a opinião da nação soviética acerca dos EUA. Este afirmou que o mundo se dividia em dois polos, tal como Truman havia dito. Contudo, as características diferiam tremendamente. Em primeiro lugar existiam os EUA, um mundo que não respeitava a democracia e imperialista: “ (…) Campo imperialista e antidemocrático de um lado. (…) Os Estados Unidos são a principal força dirigente do campo imperialista, a Inglaterra e a França estão unidas aos Estados Unidos. (…) O seu objectivo consiste no fortalecimento do imperialismo, da preparação de uma nova guerra imperialista, na luta contra o socialismo e a democracia, assim como no apoio a todos os regimes e movimentos reaccionários, antidemocráticos e pró-fascistas.”. Por outro lado, afirmava que existia o mundo soviético, democrático e defensor da fraternidade: “ O outro campo é constituído pelas forças anti-imperialistas e democráticas. A sua força reside na URSS e nas novas democracias.”. Para responder ainda ao Plano Marshall, a URSS lançou o Plano Molotov, no ano de 1949, que estabelece variadas estruturas de cooperação económica da Europa de Leste. É no âmbito deste plano que surge o COMECON, uma instituição cujo objectivo residia na promoção do desenvolvimento conjunto dos países comunistas. Existia uma ruptura total. De um lado encontrávamos o mundo capitalista, liderado pelos EUA, defensor do capitalismo, do pluripartidarismo e da economia de mercado, sendo que, a este grupo pertenciam os países da Europa Ocidental. Por outro lado encontrávamos o mundo socialista, liderado pela URSS, defensor da democracia popular e da economia planificado, do qual faziam parte os países da Europa Oriental. Tudo isto era apenas o início da ruptura.

Questão Alemã e Acontecimentos marcantes
Mundo Capitalista

NATO e outras alianças


Perante os avanços comunistas, os EUA não tardaram a perceber que era essencial travar os mesmos e as alianças a outros países com o meu objectivo eram necessárias à concretização do mesmo. No ano de 1949, graças ao Tratado do Atlântico Norte, assinado pelos EUA, Canadá e outras nações europeias, surge a NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte. O nascimento desta organização político-militar surge no contexto da tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim. Os seus membros afirmavam que a preservação da sua cultura, em vários pontos comum, dependia da existência de uma capacidade a nível individual e colectivo de resistir a qualquer tipo de ataques armados por parte de outras nações. Ou seja, não passa de uma organização defensiva. Os principais pontos destacados nos artigos do Tratado do Atlântico Norte representam exactamente os princípios anteriormente referidos: “ Art. 1º: As Partes comprometem-se (…) a regular por meios pacíficos todas as divergências internacionais em que possam encontrar-se envolvidas para que não façam perigar a paz (…); Art. 5º: As Partes acordam que um ataque armado contra uma ou mais de entre elas que sobrevenha na Europa ou na América do Norte será considerado como um ataque dirigido contra todas as Partes e, em consequência, (…) cada uma delas, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou colectiva, (…) assistirá a Parte ou Partes assim atacadas, tomando imediatamente, individualmente ou de acordo com as demais, as acções que julgue necessárias, incluindo o emprego da força armada (…) ”. Além da NATO, os EUA não tardaram a tecer outras alianças por todo o Mundo, de teor politica e económico – OTAN; ANZUS; OTASE; OEA; CENTO; Tratados Bilaterais. Estes tratados acabaram por criar uma espécie de “cerco” à URSS, visto que as alianças que os EUA possuíam cercavam por completo a mesma.

Socialismo Reformista e Democracia Cristã

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se extremamente devastada. A democracia de outrora, defensora das liberdades individuais, não era o suficiente para as nações. Além das anteriores condicionantes, o regime democrático devia demonstrar uma preocupação altíssima com o bem-estar dos cidadãos e com a justiça. Além da influência da Guerra no aparecimento de ideologias que em muito se preocupavam com as questões sociais das populações, também a crise dos anos 30 demonstrara a importância da intervenção do Estado. Surgem assim duas forças políticas com base nestes princípios. Primeiramente encontramos a ideologia Social-democrata. Esta defendia a conjugação do pluripartidarismo democrático e livre-concorrência com o intervencionismo estatal, apenas para regular a economia e ajudar a população a garantir o seu bem-estar, visto que, através de uma regulamentação, cair numa situação de miséria era menos ocorrente. Este controlo estatal deveria ser exercido principalmente sobre os grandes sectores da economia. Contudo, os impostos deveriam de igual modo aumentar, sendo que, a esta ideologia apenas interessava redistribuir a riqueza pela população através dos organismos de ajuda social. Contudo, apesar de em muito renegar os princípios marxistas, em alguns países, a mínima referência de comunismo assustava as populações, que acabaram por enveredar por outras opções, nomeadamente a Democracia Cristã. Esta tinha a sua origem na doutrina social da Igreja e acabava por condenar os excessos do capitalismo, defendendo o bem-estar das populações. O plano temporal e o plano espiritual deveriam estar sempre em concordância e os princípios da religião cristã deveriam orientar a vida política dos seus seguidores. Os governos desta ideologia orientavam-se segundo princípios como o humanismo, a liberdade, a solidariedade e a justiça. Apesar de serem ideologias diferentes, acabam por possuir pontos em comum, visto que promoveram variadas reformas económicas e sociais, como as nacionalizações que aconteceram no pós-guerra. Além disso, o Estado transforma-se na entidade reguladora da economia e aumenta os impostos para as pessoas com mais posses, de modo a redistribuir a riqueza. Todos estes acontecimentos e medidas deram origem ao denominado Estado-Providência. Surgido no Reino Unido, este é o Estado que congrega na verdadeira acepção da palavra o bem-estar das populações. As medidas tomadas em território inglês, principalmente a da criação de um serviço nacional de saúde gratuito, influenciaram em muito as outras nações que seguiram o modelo inglês. Surgem assim os subsídios de ajuda às situações de desemprego e acidente, as reformas por velhice ou doença e prestações de ajuda aos mais pobres e às famílias. O Estado-Providência, com tais medidas, conseguia reduzir a miséria existente e variados problemas sociais que traziam descontentamento populacional, evitava descidas drásticas de procura como acontecera nos anos 30 e ainda conseguia travar em parte os avanços comunistas, visto que as populações estavam contentes com as novas medidas. 

 Prosperidade económica


O crescimento económico do pós-guerra realizou-se em bases sólidas e o capitalismo acabou por atingir o seu auge nesta altura. Entre o ano de 1945 e 1973, a produção mundial triplicou e as economias cresceram de uma forma excepcional, sem registar qualquer tipo de crise, apenas pequenos abrandamentos normais. Estes anos ficaram conhecidos como os “Trinta Gloriosos”. Em primeiro lugar, assistimos a uma aceleração frenética do progresso tecnológico. As inovações revolucionaram os meios de produção e a vida quotidiana da população. De igual modo importante foi o aumento da concentração industrial e o surgimento de variadas multinacionais. Fabricantes de produtos para o mundo inteiro e existentes em todos os sectores possíveis, investem grandes quantias na investigação o que acaba por estar intimamente relacionado com os avanços tecnológicos já referidos. Em terceiro lugar, existiu um recurso tremendo ao petróleo. Nos anos 60 os principais países fornecedores eram os do Médio Oriente e a sua abundância e baixo preço provocaram tremendas alterações benéficas para a economia. Acontece de igual modo um aumento da população activa graças ao baby-boom verificado nos anos 40 e 60, ao aumento da mão-de-obra feminina e à imigração. A mão-de-obra era agora mais qualificada. No meio de tudo isto a agricultura também não foi deixada de parte, assistindo-se a uma modernização da mesma. A produtividade aumentou em larga escala, sendo que a mesma recebera importantes investimentos, tecnologias e os agricultores possuíam agora uma mentalidade mais dada à inovação e ao ramo dos negócios empresariais. Daqui também surge imensa mão-de-obra para as indústrias, visto que a máquina ocupa variados lugares de empregados, que migram para a cidade, dando origem a um vasto êxodo rural. Por último assistimos de igual modo a um avassalador crescimento do sector terciário devido ao maior grau de escolaridade, ao aumento das trocas comerciais, aos serviços sociais e ao aumento da complexidade da administração de muitas empresas. Os postos de trabalho neste sector aumentam a uma velocidade impressionante.

Sociedade de consumo


“Vivo, logo compro. (…) A liberdade consiste em comprar, vender, trocar, aproveitar os saldos (…). A felicidade consiste na criação ininterrupta de novas necessidades e de novos produtos para satisfazê-las.” Era esta a nova máxima das sociedades. Devido ao elevado número de empregos, salários consideráveis e produção maciça de bens, as pessoas afundaram-se novamente na compra de outros bens que não os gastos na alimentação, visto que esses estavam controlados. Os novos aparelhos modernos como o telefone a televisão multiplicaram-se nos lares das nações capitalistas, bem como os automóveis. Além disto, as férias pagas também acabaram por demonstrar que a vida merecia ser aproveitada da melhor forma e que o dinheiro deveria ser gasto em tudo o que era desejado. As grandes empresas não se faziam de rogadas e aproveitavam para estimular o cliente a comprar mais do que necessários, através da publicidade inovadora e dos grandes espaços comerciais, onde os produtos se encontravam organizados de uma determinada forma para levar o comprador à loucura. As vendas a crédito voltaram novamente a ser uma constante, visto que a partir das mesmas era passada a imagem que o comprador tudo poderia adquirir. O consumismo na época dos Trinta Gloriosos foi levado ao extremo, sendo que vários objectos até passavam de moda.


Mundo Comunista

Politica expansionista

Tanques da URSS na Primavera de Praga

Após o final da Segunda Guerra Mundial, o enaltecimento da URSS como uma superpotência e o processo de descolonização africano e asiático beneficiaram um muito a expansão do comunismo, realizada sob a tutela da nação soviética. A URSS alargou assim a sua influência a outros territórios e acabou por espalhar a sua ideologia socialista, para desespero do mundo capitalista. Os países da Europa do Leste foram os primeiros atingidos por esta expansão. No ano de 1948 os partidos comunistas dessas nações já haviam tomado o poder e instaurado uma série de medidas que tornavam a vida politica, económica e social das populações semelhante à da URSS. Estes países foram designados como democracias populares. Os moldes de governo eram extremamente semelhantes aos soviéticos. O Estado era governado pelas classes trabalhadoras, que, supostamente, exerceriam a sua força através do Partido Comunista. Contudo, apesar do sufrágio universal, o único partido permitido era o Comunista, sendo que os seus dirigentes ocupavam altos cargos no Estado, que, por sua vez, controlava por completo a vida da população. Um exemplo de um país do Leste que aderiu ao comunismo é a Checoslováquia. Na sua Constituição, publicada no ano de 1948, conseguimos perceber vários pontos intimamente relacionados com o modo de vida socialista: “Art. 13º: Todas as escolas pertencem ao Estado; Art.22ª: A radiodifusão e a televisão constituem um direito exclusivo do Estado; Art.37: São puníveis todas as manifestações e actividades que ameacem a independência, integridade e unidade do Estado (…) ”. No ano de 1955 procedeu-se à criação do Pacto de Varsóvia como que uma resposta à NATO, sendo que podemos ver isso, principalmente no seguinte artigo do documento: “ Art.4º: Em caso de agressão armada na Europa contra um ou vários dos estados signatários do Tratado (…) cada Estado signatário (…) exercendo o seu direito à autodefesa individual ou colectiva (…) concederá ao Estado ou estados vitimas de uma tal agressão assistência imediata.”. A URSS Não permitiu desvios do modelo comunista que havia implementado nos países do Leste, sendo que, sempre que aconteceram manifestações que iam contra os regimes comunistas, a mesma intervinha através da força. Um desses acontecimentos mais cruéis e conhecidos foi a “Primavera de Praga”, na Checoslováquia. Os tanques soviéticos garantiram que tudo continuava no mesmo rumo através de uma forte repressão. Assim, é de fácil percepção que os países que estavam ao abrigo do Pacto de Varsóvia não detinham soberania praticamente nenhuma, sendo controlados pela URSS. Para proteger melhor ainda a sua influência no Leste, a URSS não hesitou em construir, no ano de 1961, o Muro de Berlim, que separava, agora fisicamente, as duas metades do mundo.
Ásia, América Latina e África

Fidel Castro
O único país onde a implementação do comunismo se deu graças à URSS fora da Europa foi na Correia. Libertada no fim da guerra, acabou dividida em Correia do Norte e Correia do Sul devido às divergências entre russos e americanos. Aquando da invasão da República Democrática da Correia, apoiada pelos americanos, pela República Popular da Correia, apoiada pelos soviéticos, iniciou-se uma violenta guerra que durou cerca de três anos (1950-1053). Este foi um dos conflitos localizados onde EUA e URSS participaram em lados opostos e demonstraram a tensão existente entre ambos. Ainda na Ásia, no ano de 1949, Mao Tsé-Tung proclamou o nascimento de uma República Popular. Alguns meses após a instauração do regime, URSS e China assinaram um Tratado de Amizade. A China seguiu nos primeiros anos o modelo soviético mas acabou por se afastar do mesmo. Nos anos 60 e 70 o comunismo começou a surgir na América Latina e na África. Em Cuba, no ano de 1959, Fidel Castro derrubou o ditador apoiado pelos americanos, Fulgêncio Batista. Perante tal, Castro e o seu governo não recebe qualquer ajuda americana, acabando por aceitar o apoio da URSS. No ano de 1962 sucede-se a crise dos misseis de Cuba. Encontravam-se instalados em território cubano misseis soviéticos apontadas para a cidade americana de Miami, sendo que, tal quase leva a uma Terceira Guerra Mundial. Contudo, Kruchtchev manda retirar os misseis e Kennedy concorda em nunca mais tentar derrubar o regime cubano. Cuba acaba por desempenhar um papel essencial da propagação do comunismo pelo globo, nomeadamente no continente africano, onde influencia a instauração de regimes comunistas em Angola e Moçambique.

Economia Planificada e Bloqueios Económicos 

Brejnev
Apesar de sair vencedora da guerra, a URSS, juntamente com os países da Europa Oriental, viram-se a braços com uma devastação tremenda. Contudo, a sua reconstrução foi rápida, sendo que, nos vinte anos a seguir à guerra as taxas de crescimento económico haviam ultrapassado as dos países capitalistas. Após a guerra, a URSS retomou a economia planificada: “Terminada a guerra sobre os nossos inimigos, a União Soviética entrou numa nova etapa de paz e desenvolvimento económico. (…) Cabe ao povo soviético a tarefa (…) de seguir em frente, de forma a criar as condições de um novo e poderoso impulso da economia nacional.”. As infra-estruturas e indústria pesada receberam as principais atenções. Também nos países do Leste é implementada a economia planificada, sendo que a prioridade continua a ser a indústria pesada e assiste-se à nacionalização das diferentes instituições. A industrialização foi um êxito. Contudo, a agricultura e o nível de vida das populações foi relegado para segundo plano. Relativamente ao sector agrícola o mesmo não recebeu as atenções necessárias: “O ritmo de crescimento da agricultura socialista acusa um atraso nítido relativamente ao ritmo de crescimento da indústria e das necessidades de consumo da população.”. Relativamente às condições de vida, as horas de trabalho continuavam excessivas, a construção habitacional encontrava-se degradada e o sector terciário poucos avanços demonstravam. Contudo, após todo este crescimento começaram a surgir problemas. As empresas estão sujeitas a tudo o que o Estado deseja, não possuindo qualquer tipo de autonomia. A burocracia prevalecia e apenas ligava à quantidade e não à qualidade dos produtos. Os investimentos no sector agrícola eram praticamente nulos. A estagnação económica era agora uma realidade. Perante tal, são tomadas em prática uma série de medidas pelo mundo soviético, iniciando as mesmas, como seria de esperar, na URSS. Um plano iniciado em 1959 voltou-se agora para as indústrias de consumo e para a agricultura. Tomam-se de igual modo medidas sociais, sendo que o número de horas de trabalho por semana foi reduzido e a idade da reforma estende-se. As empresas acabam também por ganhar uma maior autonomia. Contudo, estas medidas pouco alteraram, sendo que as economias pouco cresceram. Na década de 70 a situação piorou, iniciando um período de corrupção tremendo e reforçando a burocracia das instituições. Na altura foram implementados novos planos sendo que os mesmos deram prioridade à exploração dos recursos naturais, como o ouro, o gás e o petróleo na Sibéria. Contudo, os gastos com os dois planos revelaram-se muito alto, e a economia acabou por sofrer novo decréscimo. Todos estes problemas acabaram por reflectir as falhas da economia planificada. No fim dos anos 80, todos estes problemas, levam à falência dos regimes comunistas.

Conclusão

O antagonismo sentido em todo o globo durante o período de Guerra Fria foi aterrador, sendo que as populações receavam um despontar de um novo conflito à escala mundial. No final dos anos 80 assistiu-se a uma aproximação dos dois blocos e, no ano de 1989, com a queda do muro de berlim, o mundo bipolar acabou por cair.

Fontes:
- Manual "O Tempo da História", 12º ano, Célia Pinto Couto e Maria Monterroso Rosas, Porto Editora
- Guia de Estudo do Aluno, História A 12º ano, Porto Editora
- Google
- Wikipédia
- Apontamentos da aula

Trabalho realizado por:
Ana Sofia Cardoso, 12ºI nº3

Guerra Fria



Introdução

A Guerra Fria foi um clima de tensão que se fez sentir entre as duas maiores potências mundiais: E.U.A e U.R.S.S. 
Este período da História Mundial foi marcado por conflitos como a Guerra das Coreia e a Guerra dos Mísseis em que ambas as potências mediam forças.

Antecedentes

Com o final da Segunda Guerra Mundial, surgiram diversas alterações internacionais. O mundo tornou-se num lugar bipolar devido ao aparecimento de duas grandes potências: E.U.A e U.R.S.S.
Com o fim da Guerra em 1945, foram organizadas conferências (como a de Ialta em Fevereiro e Potsdam em Julho) para que fossem estabelecidas medidas que estabelecessem a paz.
Na Conferência de Ialta, as potências aliadas (E.U.A, Inglaterra, França e U.R.S.S) concordaram cooperar entre si para que não existissem novos conflitos. As fronteiras da Polónia foram definidas. A Alemanha foi dividida em quatro áreas de ocupação distribuídas pelos aliados vencedores e encarregue de pagar indemnizações pelos danos causados pelo conflito.
Ficou também decidido que ajudariam os países de Leste a criarem os seus novos governos com base na vontade das populações.
Em Potsdam, foram reforçadas algumas medidas que ficaram estabelecidas em Ialta. A Áustria foi desnazificada. Além disso, foi criado o Tribunal de Nuremberga para julgar os crimes nazis.
  Ficou também decidida a criação da ONU, isto é, Organização das Nações Unidas. Esta tinha como principal objectivo a manutenção da paz no mundo, tentando superar os erros da Sociedade das Nações criada no fim da Primeira Guerra Mundial. Defendia também os direitos do Homem e a justiça.  
Em 1948, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem que respeitava os direitos inalienáveis e fundamentais (vida, liberdade, autodeterminação dos povos). Tem seis órgãos básicos de funcionamento: 
  • Assembleia Geral: funciona como um Parlamento Mundial; 
  • Conselho de Segurança: é responsável pela manutenção da paz; 
  • Secretariado-Geral: funciona como mediador nas questões mais delicadas representando a ONU e todos os povos do Mundo; 
  • Conselho Económico e Social: promove a cooperação entre as nações; 
  • Tribunal da Justiça: órgão máximo de justiça internacional; 
  • Conselho da Tutela: administra os territórios que se encontravam sob a responsabilidade da Sociedade das Nações. 


Após a Alemanha ser vencida, os ocidentais voltaram a recear a expansão do comunismo pelo resto do mundo.
A Rússia ganhara destaque tornando-se na segunda maior potência mundial e ocupando um lugar privilegiado junto dos povos de Leste, uma vez que, o Exército Vermelho fora quem os libertara da ocupação nazi.  


Em 1946, um ano após o fim da II Guerra Mundial, Churchill acusou a União Soviética de criar uma “cortina de ferro”. Isto sucedeu-se porque os países de Leste haviam já adoptado o comunismo e este ganhava força. Assim, o mundo encontrava-se dividido em dois blocos perfeitamente antagónicos e esta “cortina” impedia a circulação da informação. 




O Bloco Ocidental
Este bloco era liderado pelos E.U.A que, como principal potência, se dedicaram à contenção da expansão do comunismo pelo mundo.
  • Defensor da liberdade; 
  • Modelo económico capitalista, defensor da livre iniciativa; 
  • Criação do Plano Marshall de ajuda económica à Europa em 1947;  
  • Criação de espaços económicos alargados como a CEE; 
  • Criação de organismos para que o novo sistema assente no dólar funcionasse: FMI, GATT e BIRD; 
  • Criação da NATO em 1949, como uma organização meramente defensiva; 
  • Registou grande prosperidade económica durante “Os Trinta Gloriosos” que tiveram lugar entre 1945 e 1973; 
  • Surge a sociedade de consumo; 


O Bloco Comunista
Era liderado pela U.R.S.S. Estaline pretendia que o socialismo se expandisse para o resto do mundo, fazendo com que a Rússia ganhasse uma posição internacional mais elevada, sobrepondo-se aos E.U.A.
  • Seguia o modelo comunista de Estaline; 
  • Expandiu-se para os países de Leste, para a China, para Cuba e para a Coreia do Norte; 
  • A economia era nacionalizada e planificada; 
  • A sociedade não tinha classes e a maioria da população vivia na miséria; 
  • 1947 – criação do Kominform (coordenava a acção dos diversos partidos comunistas); 
  • 1949 – criação do COMECON; 
  • Criou o Pacto de Varsóvia em 1955, como resposta directa à NATO; 
O Conflito

A Guerra Fria teve várias fases.
  • Guerra Fria (1945-1955): foi o período em que existiu maior tensão e maior animosidade; 
  • Coexistência Pacífica (1955-1963): período em que os ânimos acalmam e Kruchtchev visita os Estados Unidos; 
  • Desanuviamento (1963-1974): período marcado pelos avanços nucleares e pela corrida ao armamento; 
  • Guerra Fresca (1974-1985): período em que a tensão começou a diminuir até deixar de existir conflito. 

Durante o período da Guerra Fria, as duas potências confrontaram-se diversas vezes gerando uma “guerra de nervos”, que fazia com que uma Terceira Guerra Mundial pudesse estar iminente.
Ambas as potências tentavam alargar a sua área de influência, procurando superar a outra, utilizando uma propaganda feroz que visava moldar a opinião das populações.
De 24 de Junho de 1948 a 11 de Maio de 1949, Estaline desencadeou o Bloqueio de Berlim. Impediu o acesso à cidade que se encontrava dividida em quatro zonas de ocupação.
Um ano após o Bloqueio de Berlim, começou a Guerra da Coreia (1950). A Coreia do Norte, comunista, invadiu a Coreia do Sul. Ambas contaram com o apoio das potências que se confrontaram abertamente.


Em 1961, foi erguido o Muro de Berlim. Este tornou-se o maior símbolo da Guerra Fria, mostrando a divisão do mundo em duas partes perfeitamente distintas.
Um ano mais tarde, deu-se uma das maiores crises do conflito: a crise dos mísseis de Cuba. Cuba posicionara-se ao lado do bloco comunista em 1959 e permitiu que fossem colocados no seu território mísseis que estavam directamente apontados aos E.U.A.


As potências procuraram armamento como precaução a uma eventual guerra. Os E.U.A sentiam-se em superioridade uma vez que possuíam o segredo da bomba atómica. No entanto, em 1949, os russos conseguem também criá-la. Isto deu início a um enorme investimento tecnológico que fez com que fossem produzidas novas armas como as bombas de hidrogénio.
Ambas as potências sabiam que a sua evolução tecnológica condicionaria a sua superioridade. Como tal, ambas iniciaram a corrida espacial que culminou com a chegada de Armstrong à Lua em 1968.
A Guerra Fria acabou quando novas potências começaram a afirmar-se no contexto mundial, apagando progressivamente a superioridade dos E.U.A e da U.R.S.S. O Japão, a China e a Europa ganharam grande destaque na economia mundial, fazendo com que a tensão desaparecesse.
Em 1985, deu-se a queda do Muro de Berlim que marcou o fim do conflito.






Trabalho realizado por: Filipe Lima nº16