Guerra do ultramar:
A Guerra Colonial Portuguesa foi
designada por Guerra do Ultramar, designação atribuída oficialmente em Portugal
até ao 25 Abril, ou ainda chamada a Guerra de Libertação, que foi uma
designação bastante utilizada pelos independentistas Africanos.
Esta foi uma guerra que teve como
duração de cerca de 13 anos. No desenrolar do teatro sanguíneo sobre esta
guerra, muita gente perdeu a vida e milhares acabaram por ficar feridos.
É importante destacar que ainda
hoje esta guerra deixa marcas por todo o mundo, mas essencialmente nos países
africanos, que ainda se perde vidas derivado aos pequenos restos deixados para
trás.
A Guerra Colonial:
A Guerra Colonial teve início em
África e desenrolou-se nas colónias de Moçambique, Guiné e Angola, no período
de, entre 1961 e 1974. Estiveram em confronto as Forças Armadas Portuguesas e
as forças organizadas pelos movimentos de libertação de cada uma das colónias
onde decorria os confrontos.
Os primeiros confrontos ocorreram
em Angola, na zona a que se viria a chamar Zona Sublevada do Norte,
traduziram-se, a partir de 15 de Março de 1961, em bárbaros massacres de
populações brancas e trabalhadores negros oriundos de outras regiões de Angola.
Nos três cenários das operações
em Angola, Moçambique e Guiné o número de efectivos das forças portuguesas foi
aumentando constantemente em relação ao aumento das frentes de combate,
atingindo-se, no início da década de 70, o limite crítico da capacidade de
mobilização de recursos. Pela parte portuguesa, a guerra era sustentada pelo
princípio político da defesa do que era considerado o território nacional,
baseado no conceito de nação pluricontinental e multirracial. Pela parte dos
Movimentos de Libertação, a guerra justificava-se pelo inalienável princípio de
autodeterminação e independência, num quadro internacional de apoio ao
incentivo à sua luta.
O Estado Novo, primeiro com
Salazar e depois com Marcelo Caetano, manteve com grande rigidez o essencial da
política colonial, fechando todas as portas a uma solução credível para o
problema de qualquer um dos territórios. O 25 de Abril de 1974, trouxe
alterações à natureza do regime político português, os novos dirigentes de
Portugal, aceitavam naturalmente os princípios da autodeterminação e
independência, pelo que as fases de transição foram negociadas com os
movimentos de libertação, traduzindo-se rapidamente no fim das acções militares
envolvendo forças portuguesas.
Após a Segunda Guerra
Mundial
Após a Segunda Guerra Mundial,
adensam-se, mais uma vez, as nuvens de ameaça sobre o Império Colonial
Português. Embora com lentidão, o regime trata de reestruturar o aparelho
militar. Macau está sob constante ameaça da Revolução Chinesa, e na Índia é
tudo uma questão de tempo. Quando a guerra começa em Angola (4-2-1961), há
militares que se levantam. Convencidos da impossibilidade de uma solução
militar, chegam mesmo a fazer uma tentativa de golpe de Estado (General Júlio
Botelho Moniz, 13 de Abril), mas o regime endurece as suas posições, mantém-se
surdo e mudo. Apesar disso, as Forças Armadas, dispondo de efectivos reduzidos
e meios obsoletos, não tinham capacidade de resposta. Inicialmente, o regime
tenta minimizar os acontecimentos e fala de “acções de polícia” para manter a
ordem. Mas enquanto a guerra de Angola ganhava terreno, desenvolvida a norte
pelo U.P.A. (depois F.N.L.A.), de Holden Roberto, e a leste pelo M.P.L.A. de
Agostinho Neto (a U.N.I.T.A., de Savimbi, só aparece em 1966) o P.A.I.G.C.
inicia a luta armada na Guiné, em meados de 1962, e a F.R.E.L.I.M.O., em
Moçambique, no segundo semestre de 1964. No final de 1960, o dispositivo
militar em Angola limitava-se a três regimentos (Luanda, Nova Lisboa/Huambo e
Sá da Bandeira/Lubango), dois batalhões de Caçadores (Cabinda e Carmona/Uíge),
um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6 500
militares, dos quais 1 500 eram metropolitanos. Um ano depois 33 mil, valor que
foi subindo sempre até 1965, ano em que se cifra em 57 mil. No ano seguinte,
baixou e, com algumas, oscilações (55 mil, em 1970, foi o mínimo), ultrapassou
os 60 mil, em 1971, atingindo o valor mais alto (65 mil) em 1973. O efectivo,
em Moçambique, começou a ser reforçado logo em 1961 (11 mil homens), aumentando
até 1973, ano em que se cifra em 51 mil. Na Guiné, de cerca de 5 mil homens, passando
para 9 mil, em 1963, número que cresce sempre, até atingir 32 mil, dez anos
depois. Feitas as contas, os efectivos militares nas três frentes de guerra, em
31 de Dezembro de 1973, totalizavam cerca de 149 mil homens. A campanha
Africana começara em 1961 – quase 13 anos que mudaram Portugal.
Número de Mortos:
Durante os 13 anos de Guerra, e
segundo elementos incluídos na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de
África (1961-1974), registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de
combate. O subtotal mais elevado refere-se a Angola (3 258), embora a
exiguidade do território leve a ter de se referir a Guiné, com 2 070. A grande
maioria dos que morreram caiu em combate, e aqui o número mais elevado
registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guiné (1 240).
Número de Feridos:
O número é difícil de calcular. A
Associação de Deficientes das Forças Armadas presta serviços a 13 mil sócios,
todos, portanto, portadores de “ deficiência permanente e adquirida durante o
serviço militar”. Mais cerca de 3 mil processos aguardam solução. Estimativas
apontam para um total de 30 mil deficientes. Não custa aceitar que o número de
feridos, com maior ou menor gravidade, é bastante mais elevado, até porque, em
muitos caso, os ferimentos não deixaram marcas. Muitíssimo mais alto é o número
de afectados, sobretudo a nível psíquico. Médicos têm estudado o fenómeno,
calculam em cerca de 140 mil os antigos militares “stress de guerra”, uma
doença mais grave do que se supõe.
Mas há outra ferida que as
próprias autoridades procuram esconder o mais possível: os desaparecidos em
combate.
Armas utilizadas pelos
Portugueses
O armamento e equipamento do
Exército português no início da década de 60 decorria de três períodos distintos:
- Material adquirido no final da
década de 30, perante a situação criada pela Guerra Civil espanhola e pelo
início da Segunda Guerra Mundial e essencialmente de origem alemã (espingardas
Mauser, metralhadoras ligeiras Dreyse e Borsig, obuses de 10,5 cm) e italiana
(metralhadoras Breda, obuses de 7,5 cm). Os calibres eram os dos países de
Eixo, nomeadamente o 7,92 mm (ou 7,9) das armas ligeiras;
- Material recebido durante a II
Guerra Mundial, sobretudo de contrapartidas da utilização dos Açores. Era principalmente
pesado (obuses de 8,8 cm e 14 cm, peças de 11,4 cm, peças AA de 4 e 9,4 cm). Os
calibres eram essencialmente ingleses;
- Material recebido após a
entrada na NATO e destinado essencialmente à 3ªDivisão (canhões sem recuo de 57
mm, 75 mm e 106 mm, metralhadoras de 12,7 mm, morteiros de 60 mm, 81 mm e 107
mm, viaturas blindadas e carros de combate).
Emprego Morteiro:
O emprego eficaz dos morteiros
(assim como o da artilharia) pressupõe bom suporte cartográfico e a observação
do tiro. Durante todo o tempo da guerra, nenhum destes desideratos foi
plenamente atingido, pelo que o apoio próximo das tropas não foi eficientemente
conseguido. Assim, os morteiros de maiores calibres (81 mm e, mais tarde, 120
mm) foram essencialmente empregues em flagelações e reacções aos ataques a
aquartelamentos. Pelo contrário, os morteiros de 60 mm seriam largamente
utilizados, sobretudo no apoio imediato das tropas, colmatando assim a falta já
assinalada de um lança-granadas eficaz. Os morteiros eram transportados pelos
grupos de combate, sem tripé nem prato-base, baseando-se a pontaria na
experiência do apontador.
- Salazar
- Marcelo Caetano
- António Spínola
- Amílcar Cabral
- Costa Gomes
- Agostinho Neto
Trabalho realizado por:
Vasco Esteves Poças nº31 12ºI
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