sábado, 26 de novembro de 2011

A grande depressão - 1929

      A depressão dos anos 30 revelou as fragilidades do capitalismo liberal e pôs em causa os fundamentos democráticos. Até então acreditava-se na livre iniciativa, na livre produção e na livre concorrência como capazes de proporcionarem a riqueza social. Interpretavam-se as crises cíclicas como reajustamentos naturais entre a oferta e a procura, que por si se resolveriam. O crash da bolsa de 1929 foi uma típica crise de tipo capitalista. Iniciou-se nos Estados Unidos da América e propagou-se a todos os países que, com eles tinham laços económicos e financeiros, à excepção da URSS, uma vez que se tratava de uma economia socialista e encontrava-se fechada ao mundo capitalista. A imagem que se segue é ilustrativa da situação. 










  •   Contexto - O que motivou a ascensão dos EUA? 

No fim da primeira guerra mundial (1918) a Europa torna-se extremamente dependente face aos EUA, seu principal fornecedor. A guerra levou à ruína da Europa, quer no plano humano quer material. Os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com a forte retracção do consumo, que abalou a economia mundial. As fábricas, minas e frotas estavam destruídas e as finanças desorganizadas, por isso continuou compradora de bens e serviços americanos e viu o seu endividamento agravar-se. Como meio de pagar as suas dívidas recorreu à emissão massiva de notas, no entanto sem a produção correspondente a este aumento, resultou uma desvalorização monetária. Em 1920 a Europa viu-se a braços com uma inflação que atingiu contornos gravíssimos.
Enquanto a Europa procurava a estabilidade monetária, os Estados Unidos reuniram esforços para se desenvolver. Eram os principais fornecedores dos países europeus, mercados mundiais (com destaque da América Latina e colónias europeias que não puderam contar com a ajuda das respectivas metrópoles), eram possuidores de metade do ouro mundial, aplicaram métodos de racionalização do trabalho, de forma a diminuir os custos de produção. O taylorismo e fordismo foram os exemplos destes métodos e conheceram um período próspero. 





A produção de petróleo e de electricidade conheceu grandes progressos, tal como a indústria siderúrgica, química e automóvel. Este período de prosperidade económica ficou conhecido como “The roaring twenties”.

A forte dependência estava também relacionada com a concessão de empréstimos avultados à Alemanha, permitindo-lhe pagar as reparações devidas à França e Inglaterra, em contra partida estes países teriam de reembolsar os EUA das dívidas da guerra e dos empréstimos efectuados. 







Foi então devido aos créditos americanos que repousou a recuperação económica europeia! Só entre 1925-29 o mundo capitalista respirou fundo.



  • A grande depressão

Depois de uma fase de alta na economia, relacionada com a dependência dos capitais e dos empréstimos americanos no pós guerra, seguiu-se uma tendência depressionária. A era de prosperidade veio a revelar-se precária. Existiam indústrias como a do carvão, ferroviária, têxtil, naval que ainda não tinham recuperado os seus níveis anteriores à crise. O desemprego persistia, devido à intensa mecanização.

Admite-se então que a crise teve origem em dois factores: Por um lado na superprodução de bens de consumo, pois a agricultura não se mostrava compensadora para os que a ela se dedicavam e as produções excedentárias originavam a deflação e queda de lucros. Por outro na especulação bolsista. A facilitação do crédito levou à falência dos bancos. Adquiriam-se bens com recurso ao crédito e no pagamento em prestações. As empresas também se viam numa situação de crise, uma vez que os títulos bolsistas eram vendidos a preços muito altos, como tal recorriam aos bancos para a concessão de empréstimos. Esta subida de acções levou os investidores a tentar vender a qualquer preço. A bolsa entrou em ruptura e com a falência dos accionistas seguiu-se a falência dos bancos. 








            Dados os primeiros sinais de crise a partir do dia 22 de Outubro as tentativas de vender acções aumentaram e a 24 do mesmo mês (a “quinta-feira negra”) foram postas à venda uma enorme quantidade de acções que de acordo com a lei capitalista, quanto mais acções estavam à venda menos valiam. Estava instalado o crash da bolsa de 1929! 


 
  •   Consequências do crash bolsista:

      Com a falência das empresas, milhares de trabalhadores foram despedidos e o desemprego atingiu proporções gigantescas. A procura diminuiu, que levou à contracção da produção industrial, com a acumulação dos stocks os preços baixaram. Famílias que viviam da produção agrícola viram os seus campos serem hipotecados, abateu-se gado e destruíam-se produções. Em termos sociais a crise teve efeitos desastrosos. Os salários sofreram cortes drásticos e, na miséria, inúmeras famílias percorriam extensões inimagináveis em busca de emprego, construíram-se bairros de lata e faziam-se filas de espera para receber uma sopa.






  • Solução apresentada para combater a grande depressão:

A gravidade da crise levou a que o estado interviesse na economia, O New Deal, uma política económica intervencionista que ia contra os princípios defendidos pelo capitalismo liberal.
O New Deal tinha como um dos objectivos a redução das importações e fomento das exportações. O presidente Roosevelt pôs em prática esta política de combate à crise por influência de Keynes. Tentou diminuir o desemprego e aumentar o poder de compra. No campo da indústria limitou a quantidade de produção, fixou preços mínimos para os produtos, baixou as taxas de juro do crédito bancário e diminuiu os impostos. No combate ao desemprego levou a cabo uma política de obras públicas, que resultaram na criação de novos postos de trabalho e relançaram-se as empresas. No campo social instituiu o salário mínimo, 40 a 44 horas de trabalho semanal, criou-se o subsidio de desemprego, doença, invalidez e a reforma na velhice. Financeiramente desvalorizou o dólar, a inflação estava controlada e regulamentou-se a actividade bolsista.
O New Deal transformou-se assim num ciclo de prosperidade. O desemprego diminuiu, aumentou-se o poder de compra e consumo. Com o aumento da procura deu-se um aumento da produção, as fábricas voltaram a trabalhar e contratavam-se trabalhadores.

A nível europeu, França e Grã-Bretanha seguiram o mesmo modelo que os EUA com igual sucesso. Em países como a Itália, Alemanha e Portugal os governos mostraram-se incapazes de dar respostas à crise e o poder foi tomado por ditadores.




Elaborado por: Diana Lázaro, nº13
Bibliografia: Manual "O tempo da história 12"
                                       Guia de estudo "História A"
                                       Apontamentos do caderno diário
                                       Recurso a sites da internet (Wikipédia)

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