PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), UE (União Europeia) e CIA (Comunidade Ibero-Americana): quatro siglas que representam os principais parceiros de Portugal no que diz respeito às relações políticas e económicas a nível externo.
Num mundo globalizado controlado pela cultura anglo-saxónica, torna-se bastante positiva valorização e privilégio de uma língua e de uma tradição, a lusofonia, afirmando uma identidade e património um pouco pelo mundo.
PALOP:
Os PALOP, ou seja, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, são cinco países lusófonos (Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique), ex-colónias portuguesas, e que têm vindo a firmar protocolos de assistência e cooperação ao nível da economia, educação, ciência e técnica, saúde, cultura e formação dos recursos humanos.
No que toca à educação, constituíram-se parcerias que conduzem a um fenómeno de globalização da educação, alicerçado em ações e programas que incentivam a mobilidade de estudantes e professores entre países ou até mesmo, por exemplo, a divulgação de tecnologias de informação e comunicação que facilitam o ensino à distância.
Angola tem-se mostrado uma evolução bastante positiva no que toca às relações de natureza económica com Portugal, sendo que podemos ler num artigo da Sapo Notícias, de 17 de Julho de 2010, o seguinte: "Em meros dez anos, Angola passou do 10º lugar na lista das exportações portuguesas para um inequívoco quarto lugar, tornando-se assim no principal parceiro comercial de Portugal fora do espaço comunitário. O inverso também é verdade: entre 2005 a 2009, os investimentos angolanos em Portugal aumentaram 131%".
Em Maio de 1996 é assinado um Acordo de Cooperação Financeira entre estes dois países, onde estabelecem em três planos as bases da sua cooperação: o plano da Cooperação Tradicional, assente na Capacitação Institucional e na Valorização dos Recursos Humanos; o plano da participação de Portugal no Programa de Reabilitação Comunitária; e o plano da Cooperação Empresarial.
Desde essa altura, Angola é, dentro dos PALOP, o mais importante parceiro comercial, sendo que dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) demonstram que em Novembro de 2008 28% das exportações portuguesas para fora da União Europeia foram para a Angola.
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe empenham-se na inserção cultural na comunidade lusófona, sendo que as relações com Cabo Verde são mutuamente vantajosas. Para além de Portugal ser o principal parceiro comercial de Cabo Verde, este tem vindo a ganhar peso na balança comercial portuguesa, sendo que em 2009 se tornou o 15º destino preferencial das exportações nacionais, ultrapassando a China e a Rússia, e sendo superado em termos de lusofonia apenas pela Angola e Brasil.
As relações com Moçambique e Guiné-Bissau são as mais difíceis, devido às gravitações destes na órbita de outros países: Moçambique ligado à Inglaterra devido à Commonwealth e Guiné-Bissau ligada à França devido à área francófona em que se insere.
BRASIL:
Portugal e Brasil são historicamente apelidados de "irmãos", e a sua relação vem confirmá-lo.
Lula da Silva (presidente do Brasil até Janeiro de 2011), em entrevista ao jornal Expresso, em 5 de Maio de 2006, afirmou: "Por muitos anos, Brasil e Portugal mantiveram relações que eu descrevo como essencialmente sentimentais (...). Portugal há alguns anos vem procurando dar nova qualidade a nossa relação. (...) De um lado, intensificando os laços económicos, haja em vista o aumento dos investimentos lado a lado. (...) Ao mesmo tempo, o crescimento da presença de empresas brasileiras em Portugal mostra as amplas oportunidades para construirmos parcerias e projetos comuns".
Estes dois países mantêm uma relação muito mais que meramente económica, sendo programas de televisão, espetáculos, congressos e, mesmo, laços familiares fatores de aproximação, algo que é acentuado com os fluxos migratórios significativos que existem entre eles.
As relações económicas com o Brasil registaram um aumento nos anos 90, devido à integração de Portugal na Comunidade Europeia e à estabilização financeira do Brasil com o Plano Real (1994), e ao fim da Guerra Fria.
Enquanto o Brasil contribui com produtos primários, Portugal investe na metalomecânica, têxtil, energias alternativas, turismo e telecomunicações no mercado brasileiro, fazendo grandes empresas como a EDP e a Sonae lucrar bastante com esta proximidade.
CPLP:
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi fundada em 1996, sendo constituída por Portugal, Brasil, os PALOP e, desde 2002 (data da sua independência), Timor-Leste.
As relações entre esta comunidade são de natureza diversa, desde a cooperação económica, à social, cultural, jurídica e técnico-científica, sendo os seus obejtivos gerais a concertação político-diplomática entre seus estados membros, nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário internacional; a cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social; e a materialização de projectos de promoção e difusão da língua portuguesa.
ÁREA IBERO-AMERICANA:
(XVII Conferência Ibero-Americana - Santiago do Chile)
A Área Ibero-Americana é sem dúvida importante para Portugal no sentido de ganhar visibilidade e prestígio. Constituída pelos países ibéricos Portugal e Espanha, e por inúmeros países da América (essencialmente Latina) como Brasil, Uruguai, Venezuela, Chile, Argentina, entre outros, tem por base o intercâmbio, essencialmente a nível educativo e cultural, mas também a nível económico e científico.
Realizam-se, desde 1991, cimeiras ibero-americanas de chefes de Estado e de Governo, para promover a cooperação e o desenvolvimento entre os países-membros.
Desde o início a cooperação ibero-americana tem contado com grande empenho de Portugal, sendo a Direcção Geral do Ensino Superior responsável pelo acompanhamento da área do Ensino Superior, nomeadamente no âmbito da criação do Espaço Ibero-americano do Conhecimento.
Em jeito de conclusão, podemos afirmar que as relações que Portugal efetua com o mundo lusófono e com a área ibero-americana, pelo poder que constituem, pela população que abarca (só nos EUA reside um milhão de portugueses) são bastante importantes numa conjuntura de crise económica e social, sendo com estes que Portugal protagoniza algumas das suas mais destacadas inciativas políticas no Mundo, promovendo acordos de cooperação económica e cultural e iniciativas de paz.
BIBLIOGRAFIA:
- Wikipédia
- http://blogs.esecs.ipleiria.pt/coopedu/
- Google Imagens
- SAPO Notícias ( http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1079041 ; http://noticias.sapo.cv/info/artigo/1076649.html )
- http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Reconhecimento/Coopera%C3%A7%C3%A3o+Internacional/Coopera%C3%A7%C3%A3o+Multilateral/Coopera%C3%A7%C3%A3o+Ibero-Americana/
- http://www.embaixadadeangola.org/relacoes.htm
- http://www.cplp.org/
- Manual de História A 12º Ano 'O TEMPO DA HISTÓRIA' 3ª Parte, da Porto Editora
Trabalho realizado por:
Tomás Garcez nº30
Tomás Garcez nº30
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