quinta-feira, 12 de abril de 2012

PORTUGAL NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL

A integração europeia e as suas implicações

Vídeo introdutório 


A integração europeia de Portugal só foi possível depois de garantida a democratização do país. Em 1977, Portugal fez o pedido de adesão à CEE, que resultou na assinatura do Tratado de Adesão, a 12 de junho de 1985 e a 1 de janeiro de 1986, ao lado da Espanha, Portugal integra-se na Comunidade Económica Europeia.
Assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE pelo primeiro-ministro, Mário Soares, em 1985.
Uma vez que Portugal era um país economicamente atrasado, a entrada na CEE era vista como uma oportunidade de regeneração e de transformações marcantes. As ajudas fazem-se sentir nas infra-estruturas (desenvolvimento do país), facilitação de crédito (proliferação das pequenas e médias empresas e as grandes sãoprivatizadas), as multinacionais instalam-se, o comércio e os serviços têm maiores investimentos e, ortugal aderiu à moeda única. O nosso país envelheceu, é agora mais urbano, cosmopolita e escolarizado, e houve um aumento significativo dos imigrantes, que fez com que os interesses culturais se diversificassem. Também, apesar do aumento de desemprego, o nível de vida dos portugueses é mais elevado do que nos anos 80. Ainda, Portugal mantém relações com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Comunidade Ibero- Americana.
Assim, a adesão de Portugal à CEE foi um dos acontecimentos mais importantes para a nossa história, pois ocorreram mudanças a nível económico, político, social e cultural. E, pelas palavras de Mário Soares, Portugal “(…)deu um grande salto em frente no seu desenvolvimento material, entrando definitivamente no chamado primeiro mundo(…)”.


A evolução económica
Da integração a 1992

A 1 de janeiro de 1986, Portugal integra-se na CEE, contudo seguiu-se um período complicado, visto que a maior parte da esquerda, herdeira dos ideais  de 25 de abril de 1974, contestava a integração de Portugal numa conjuntura europeia neoliberal e temia uma homogeneização cultural, bem como graves dificuldades económico-financeiras: elevadas taxas de juro, desemprego, escasso desenvolvimento tecnológico, carências na rede de comunicação, etc.
Contudo, após a adesão à CEE, Portugal ostentou uma expansão significativa com um crescimento superior ao da média europeia, devido a apoios de ordem técnica, um largo afluxo de capitais, no âmbito dos Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão.
Assim, com o auxílio dos fundos comunitários, que deram prioridade à criação de infra-estruturas e à melhoria da conjuntura internacional, Portugal apresentou significativas melhorias, tais como: cresce o número de pequenas e médias empresas; crescimento do PIB (de 53,4% para 69,2%); moderniza-se a estrutura da economia (aumento do setor terciário); inicia-se um programa de obras públicas; reduz-se o défice da balança de transações correntes; desce a taxa de desemprego e crece o nível das remunerações; melhoram as regalias sociais; aumenta o consumo privado; aumento de km’s de autoestradas; redução da taxa de mortalidade infantil; aumento do número de famílias com automóvel; aumento dos alunos matriculados no ensino superior. Com todos estes fatores há, portanto, uma manifestação do aumento do nível de vida da população.
Mário Soares: “O ciclo de isolamento internacional-do “orgulhosamente sós”, de Salazar- e sa lente decadência e estagnação foi interrompido, iniciando-se uma nova e promissora fase de progressão."


De 1993 ao fim do século

Entre 1993 e 1995, a economia sofreu um abrandamento, mas, a partir de então, registou um novo crescimento.
A estrutura das exportações deslocou-se dos setores tradicionais (calçado, madeira, papel, cortiça, vestuário) para áreas mais rentáveis, tais como as máquinas e o material de transporte. No que diz respeito à gricultura, esta sofreu um decréscimo, devido à concorrência europeia, tendo também perdido, o setor primário, a importância dada em tempos passados, uma vez que passou-se a dar mais relevância ao setor terciário. Com o aumento do setor terciário, multiplicaram-se as grandes superfícies comerciais, a área das telecomunicações e do audiovisual, bem como os progressos da informatização. Foi dada prioridade aos investimentos em infra-estruturas, por exemplo:




Auto-estradas;






















Extensão da rede do metropolitano de Lisboa;





Ponte Vasco da Gama;
Edificações no Parque das Nações;






Arranque do metro do Porto.


Entretanto, verificou-se um crescimento nos novos setores industriais (setor automóvel), isto devido ao investimento direto estrangeiro, enquanto que os setores tradicionais apresentavam um decréscimo. O Estado delineou uma vaga de privatizações que renderam receitas relevantes.
Assim, no decurso dos anos 90, a vida dos Portugueses sofreu enormes mudanças, visto que o estilo de vida melhorou e com isso houve um aumento do consumo, isto é, um aumento do poder de compra, em que a vida da população, graças a isto, se tornou mais tranquila.



A entrada no terceiro milénio

Ao entrar no terceiro milénio, Portugal manifestou certas dificuldades, apesar de a circulação do euro, a partir de 2002 ter sido um sucesso.
Alguns setores económicos e sociais continuam a acusar um imobilismo responsável pelo travão ao desenvolvimento: o país sofre os choques petrolíferos; o agravamento do terrorismo; acusa os efeitos da quebra económica norte-americana e da recessão mundial; apesar dos progressos na alfabetização realizados desde a 1ª República, o abandono escolar continua a ser um febómeno preocupante; a integração de alguns carenciados, coloca ao Estado e às instituições de auxílio responsabilidades acrescidas; o desemprego, situado nos 6,8% em 2004, muito superior ao de 1970 (2,8%), é uma das principais preocupações da população portuguesa, tal como nos dias de hoje; a imigração oferece mão-de-obra e espírito de empreendimento ao país, bem como, a tarefa da integração na vida social e económica; o atraso científico-tecnológico português, devido ao baixo investimento na Investigação e Desenvolvimento.
Concluindo, a entrada no terceiro milénio revelou-se frágil e com sérias dificuldades.




Taxa de desemprego em Portugal e na UE-25 (1999-2005).




Tranformações demográficas, sociais e culturais verificadas em Portugal desde os anos 80


1.    O envelhecimento da população: Portugal debate-se com problemas de vária ordem: a desertificação do interior, os encargos médicos e sociais com a terceira idade, o encerramento de escolas por falta de alunos e de maternidades por falta de parto. Contudo, o país apresenta umas das mais baixas taxas de mortalidade infantil e faz grandes investimentos na educação.
2.    O aumento do consumo: o aumento dos salários, bem como a concessão de créditos, facilitou a vida de muita população, que se deparou com uma vida mais estável.
3.    A maior igualdade entre homens e mulheres: uma política de proteção à maternidade e o contacto com os modelos europeus, provocaram uma evolução das mentalidades, verificando-se uma transformação a nível social. Ambos os sexos começaram a trabalhar e a frequentar o ensino superior. Contudo, ainda à muito preconceito para ultrapassar.
4.    A terciarização da sociedade:Portugal apostou neste setor, observando-se o sucesso das telecomunicações, do turismo e das grandes superfícies comerciais.
5.    A imigração: Portugal transformou-se num país de imigrantes, pois aqueles que vinham procuravam encontrar melhores condições de vida e apostaram no nosso país que se encontrava em grandes mutações.
6.    Leem-se mais jornais e livros e em 1998, Saramago recebe um Nobel de Literatura.



A pirâmide etária, Portugal, 1991 e 2001












Aumento do consumo e a televisão assumiu-se como um veículo de transformação cultural.








Maior igualdade entre ambos os sexos.











Aumento do setor terciário.









Origem dos imigrantes Portugueses.










Saramago premiado com o Nobel de Literatura.






A consolidação da Democracia



Depois de 48 anos de ditadura, Portugal iniciou, a partir de 25 de abril de 1974, com a Revolução dos Carvos, um processo de democratização.
Depois da integração europeia, a vida política caminhou para a aglomeração dos votos, nos dois partidos que variam no poder (PS e PSD). As ideias dos mais radicais foram tendo uma posição cada vez mais insignificante. A estabilidade política originou altos níveis de abstenção e os jovens desinteressavam-se, bem como a maioria da população, pela política. A integração europeia resultou numa aproximou Portugal às restantes democracias europeias e o país recebeu novos contactos com modelos socioculturais e mentais diferentes do habitual. O reconhecimento da importância de Portugal na EU é evidenciado com o convite para a ocupação de cargos de relevo na estrutura da comunidade, tal como é o caso do ex-primeiro-ministro Durão Barroso. Este revela que Portugal ganhou com a sua ida para Bruxelas, afirmando:  “Qualquer diplomata português, qualquer emigrante português lhe poderá confirmar que o facto de ser um português a ocupar umas das posições mais relevantes a nível global foi um grande contributo para a nossa imagem”.Outro caso do reconhecimento de prestígio em Portugal é o caso de António Guterres.
Contudo, Portugal continua a ter índices de corrupção elevados; falta de civismo, que implica falta de formação; as questões ecológicas são ainda um fator de preocupação, pois muita da população não respeita o meio ambiente. Estes fatores demonstram, assim, o ainda atraso de Portugal.







As relações com os países lusófonos e com a área Ibero-Americana

Para além da EU, Portugal tem vindo a preservar os contactos com os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).
Depois de saradas as feridas de descolonização, em que reinava um ambiente de fome, guerras civis e subdesenvolvimento,Portugal reconciliou-se com estes territórias e houve, consequentemente, uma reaproximação.
Assim, Portugal forneceu ajuda em diversos campos (educação, economia, saúde, técnica) aos países africanos e foram criados organismos internacionais como a CPLP e a CIA.





Em vermelho, a localização dos PALOP na África.








Portugal e o Brasil


Para Portugal, o Brasil tem uma acentuada importância económica, e portanto, as relações económicas entre estes países é fundamental, tendo sido encrementada nos anos 90.
O nosso país encontra no mercado brasileiro boas condições no investimento na metalomecânica, no têxtil, em energias alternativas, no turismo e nas telecomunicações. A EDP, o grupo SONAE, a CIMPOR e a Portugal Telecom são algumas das empresas portuguesas que têm beneficiado destes laços entre os países. Estes laços também se intensificam no contexto dos fluxos migratórios.
Também, entre estes dois países há ligações culturais que os unem e, por isso, esta aproximação é apelida a Portugal e ao Brasil o nome de “irmãos”.










A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi fundada em 1996 por Portugal, Brasil e os PALOP.
Esta Comunidade lutava pela concentração político-militar, pela cooperação social, cultural, económica, jurídica e técnico-científica.
Contudo, o mais relevante foi a elevação do português a língua internacional.









A Área Ibero-American

Portugal manteve colaboração activa na Comunidade Ibero-Americana (CIA). Esta representa cerca de 600 milhões de seres humanos, com intuito de intercâmbio educativo, cultural, económico e empresarial, científico e técnico.
A participação de Portugal na CIA pode garantir-lhe maior visibilidade e importância, tanto a nível internacional como inter-regional. Sendo a União Europeia o primeiro parceiro comercial da CIA, é uma mais-valia a presença de Portugal na Comunidade.
Assim, as cimeiras Ibero-Americanas de chefes de Estado e de Governo concretizam-se desde 1991, ficando para Portugal a organização da Cimeira de 1998, na cidade do Porto.


   




Conclusão


A entrada de Portugal na CEE, a 1 de Janeiro de 1986, teve as suas vantagens e desvantagens.
Como vantagens, Portugal recebeu grandes subsídios europeus; do ponto de vista político e económico, a adesão foi essencial para todos os que apoiam a democracia e o desenvolvimento do país;a nível social, a adesão permitiu-nos maior facilidade em viajar, estudar e trabalhar.
Contudo, esta adesão também trouxe as suas desvantagens, tais como: a perda da soberania de Portugal; o facto de quando entrarmos na UE, esta já se encontrava numa fase em que era excedentária em produtos agrícolas e industriais e fez com que não tivessemos tanto dinheiro como os outros países que já faziam parte dela.



Trabalho realizado por: Filipa Lima, nº15
Fontes: Manual adotado- 3ª parte; Guia de Estudo da Porto Editora, wikipedia.
















































1 comentário:

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